segunda-feira, 4 de maio de 2009

1º de Maio Grandiosos protestos contra a Politica do Governo

1- As comemorações do 1º de Maio juntaram em todo o país centenas de milhares de manifestantes. Quatro traços comuns fundamentais marcaram as manifestações e concentrações realizadas: a impressionante mobilização unida de trabalhadores de todos os sectores de actividade, a forte presença de jovens, a denúncia e recusa das políticas de direita, a reivindicação de uma mudança de rumo para o país.

2- O contexto em que este 1º de Maio se realiza justifica apreensão, em particular no que diz respeito à gravidade da evolução da situação social: com o crescimento do desemprego, acelerado pela desfaçatez com que o patronato - com a conivência do Governo - usa e abusa do lay-off. Com a forma como o patronato invoca a ”crise” para novos encerramentos de empresas, novos ataques a direitos dos trabalhadores, novas tentativas de redução de salários e de completa desregulação dos horários de trabalho. Com a forma como o Governo, que desencanta milhões para acudir aos bancos e para acções de propaganda, adopta tardias e insignificantes medidas de apoio social. Alastram situações de extrema penúria para os trabalhadores e as famílias, em cada vez mais casos sem recursos para fazer face a necessidades básicas do dia-a-dia.

3- Mas o ambiente deste 1º de Maio não foi nem de desmobilização nem de desânimo. Foi, pelo contrário, de grande e combativa consciência de que esta situação não constitui uma fatalidade, de que há quem seja responsável pelas políticas que a ela conduziram, de que tem solução e saída na ruptura com essas políticas. É nesses termos que o 1º de Maio de 2009 se insere nas complexas batalhas políticas e sociais do ano em curso.

4- Três provocações são sintomáticas do ambiente em que estas batalhas se travam. Uma é a escolha deste dia para um canal de televisão passar um documentário de evocação elogiosa de Marcelo Caetano.

5- Outra é o facto de a UGT, braço “sindical” do patronato e da política de direita, ter aproveitado a véspera do 1º de Maio para uma acção organizada de remoção e destruição de materiais de propaganda de uma força política, a CDU.

6- Outra provocação ainda é a forma soez como o PS procurou tirar proveito da lamentável recepção hostil que o seu candidato Vital Moreira recebeu de alguns dos trabalhadores concentrados no Martim Moniz. O insulto não deve ser tolerado como arma política. Mas muito pior do que a atitude de quem vaiou Vital Moreira é a reacção do PS, que encontra nesse incidente motivo para um miserável ataque contra a CGTP e o PCP, procurando responsabilizá-los por um estado de espírito que, no fim de contas, tem nas políticas do Governo Sócrates a principal causa.

7- Estas provocações são o que são e valem o que valem. Não podem, em nenhum caso, ensombrar aquilo que o 1º de Maio reafirmou: a luta continua, e não são os trabalhadores quem, no momento actual, está na defensiva.
  • Os Editores de odiario.info

Sem comentários:

  • JCP
  • pcp
  • USA
  • USA