sexta-feira, 7 de agosto de 2009


É assim o amor…


No passado Domingo um jornal diário dedicava um terço da sua primeira página a três fotos de Francisco Louçã, Joana Amaral Dias (JAD) e José Sócrates, por esta ordem e da esquerda para a direita – um critério possível, entre outros.

O título – pequeno, porque o destaque era dado às caras – afirmava: «A polémica Bloco-PS continua» (o hífen está lá mesmo, não é da nossa autoria). Na mancha - convenientemente destacada em tom verde velho – citam-se três frases: A do «líder» do BE – como é agora tratado o dirigente da formação política que no passado fez gala em afirmar que não tinha «um líder» – em que Louçã ataca a «credibilidade do governo» por causa deste caso; a da ex-deputada e ex-dirigente, agora «militante de Base do Bloco» - usando a linguagem da própria relativamente a um partido que se afirmou no passado como um «partido-movimento» – em que JAD refere que «a questão está encerrada» e, finalmente, uma frase do primeiro-ministro em que José Sócrates afirma que «Louçã faltou à verdade».

Lemos a «notícia», recorremos à memória, e a pergunta surge de imediato: Porque raio se transforma em acontecimento nacional o facto de alguém do PS ter «sondado» a ex-mandatária para a juventude da candidatura oficial do PS à Presidência da República nas eleições de 2007 para aferir da sua disponibilidade para ser candidata do PS? Dirão alguns: «ela é militante do BE». Pois é, e então? É que quem foi «sondada» foi a militante de um partido que tem na sua Comissão Política um homem que só não «chora» com a demissão de Manuel Pinho porque não calha; um partido cujos autarcas de maior destaque são uma Presidente de Câmara que o BE recebeu de braços abertos para a senhora prosseguir um projecto pessoal que não cabia nesse «retrógrado» hábito de discussão e decisão colectiva da CDU e um vereador que «fazia falta» a Lisboa e que agora não faz falta ao PS porque já lá está; um partido que em distritos de maioria CDU se alia ao PS no mais «puro» anticomunismo; um partido que alterou a sua lista numa Freguesia de Vizela para que um ex-militante do CDS-PP a pudesse encabeçar; um partido que candidata à Câmara Municipal de Ovar o actual vice-presidente eleito pelo Partido Socialista.

De facto não há nada de novo na salganhada entre o PS e o BE. Ambos descredibilizam a política, ambos esgrimem meias verdades, e o povo lá vai vendo as fotos no jornal. É assim o amor…
  • Ângelo Alves


1 comentário:

Fernando Samuel disse...

É importante denunciar a propaganda que os média do grande capital fazem ao BE.

Um abraço.

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