quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Presos políticos colombianos emitem comunicado



-Desconhecem os "gestores de paz" nomeados pelo governo para falar em seu nome

- Reiteram a sua vontade de paz através de acordo humanitário

- Defendem a "visibilização" dos mais de 7000 presos políticos na Colômbia




Os presos políticos e prisioneiros de guerra das FARC-EP, recolhidos na penitenciária central "La Picota", manifestam à opinião pública nacional e internacional o que se segue:

1- Que nós os presos políticos e prisioneiros de guerra não somos delinquentes, nem mafiosos e muito menos terroristas; somos lutadores que na nossa acção revolucionária combinamos todas as formas de lutas política, propagandística, reivindicativa, económica, ideológica e armada – para junto com o proletariado, o campesinato e o povo em geral tomar o poder e a partir dele produzir a mudanças políticas e económicas que nos conduzam à reconciliação e à reconstrução da nação, pela nova Colômbia com verdadeira democracia, com soberania e justiça social; pelo socialismo e pela pátria grande que inspirou a luta do libertador Simón Bolívar.

2- Na nossa condição de militantes farianos acatamos todas as determinações, orientações e ordens do nosso Secretariado Nacional, do Estado Maior Central, dos Estados Maiores dos Blocos e Frentes e das demais instâncias de Direcção da nossa organização. Ratificamos nosso compromisso, firmeza e convicção na justeza das nossas lutas, na defesa da nossa unidade, princípios e disciplina.

3- Em consequência, recusamos a enganosa política de "Justicia y Paz" apregoada pelo governo como a única solução para o conflito armado, quando a verdade é que foi concebida com a finalidade de lavar os crimes do paramilitarismo. Mas que o governo, na sua estratégia de combate à insurgência, fê-la extensiva aos combatentes revolucionários pretendendo com isso quebrantar a sua moral e o seu espírito de combate e de passagem negar a necessidade de uma lei de Acordo Humanitário ou de Troca de prisioneiros. Nesta mesma direcção apontam os mal chamados "gestores de paz" que não são outra coisa senão desertores que renunciaram à sua qualidade de revolucionários em troca de indignas prebendas e pírricos benefícios jurídicos; pelo que jamais poderão chamar-se representantes dos guerrilheiros no cativeiro e muito menos ter qualquer tipo de diálogo connosco.

4- Ratificamos, mais uma vez, nosso indeclinável compromisso e luta por uma lei de Acordo Humanitário ou Troca de prisioneiros que não só solucione de modo imediato o drama daqueles que se encontram na prisão em ambas as partes como reconheça a existência do conflito social e armado e abra a possibilidade da sua solução pela via do diálogo e da negociação política.

5- Saudamos de maneira revolucionária os organizadores e convocantes do Plantão pela defesa e visibilização dos mais de sete mil (7.000) presos políticos que temos a nível nacional e lhes reiteramos o nosso apoio e solidariedade neste difícil trabalho humanitário na certeza de que nós, daqui, no interior dos muros, também faremos sentir a nossa voz e o nosso compromisso indeclinável de luta pela paz com justiça social.

Aos nossos camaradas nos campos e nas cidades reiteramos que seguiremos o exemplo de nossos dirigentes e combatentes que não tiveram dúvida em oferecer as suas vidas e que não seremos inferiores aos reptos que a luta nos exija.


Jurámos cumprir e cumpriremos.
Presos políticos e prisioneiros de guerra das FARC-EP.
Penitenciaria Central la Picota.
Bogotá D.C, 27 de Setembro de 2009.

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