segunda-feira, 22 de março de 2010

Aos intelectuais e artistas do mundo


Secretariado da União Nacional de Escritores e Artistas Cubanos


20.Mar.10 :: Outros autores





Enquanto a Feira do Livro decorria de um extremo ao outro do nosso país e centenas de médicos cubanos salvavam vidas no Haiti, vinha-se gerando uma nova campanha contra Cuba.

Um delinquente comum, com um historial provado de violência, transformado em «prisioneiro político», declarou-se em greve de fome até que lhe fossem instalados telefone, cozinha e televisão na sua cela. Incentivado por pessoas sem escrúpulos e apesar de quanto se fez para lhe prolongar a vida, Orlando Zapata Tamayo faleceu e foi convertido num lamentável símbolo da maquinaria anticubana.

Em 11 de Março, o Parlamento Europeu aprovou uma resolução que «condena energicamente a morte evitável e cruel do dissidente preso político Orlando Zapata Tamayo» e numa intromissão ofensiva nos nossos assuntos internos «insta as instituições europeias a darem apoio incondicional e incentivo sem reservas ao início de um processo pacífico de transição política para uma democracia pluripartidária em Cuba».



Com o título «Orlando Zapata Tamayo: acuso o governo cubano», está a circular um apelo para recolha de assinaturas contra Cuba. A declaração assegura que este recluso foi «injustamente encarcerado e brutalmente torturado» e que morreu «denunciando estes crimes e a falta de direitos e democracia neste país». Ao mesmo tempo, mentem sem qualquer pudor sobre uma suposta prática do nosso governo de «eliminar fisicamente os seus críticos e pacíficos opositores».

 Em 15 de Março, um jornal espanhol mostrava em primeira página o rosto de Zapata Tamayo, já morto, no caixão, ao mesmo tempo que anunciava a adesão ao apelo de alguns intelectuais que misturavam as suas assinaturas às de velhos e novos profissionais da contra-revolução interna e externa.



Os escritores e artistas cubanos estão conscientes da forma como se articulam sob qualquer pretexto as corporações mediáticas e os interesses hegemónicos para prejudicar a nossa imagem. Sabemos com quanto assanhamento e morbidez se distorce a nossa realidade e como diariamente se mente sobre Cuba. Também sabemos o preço a pagar pelos que lá tem tentado expressar-se culturalmente com matizes próprios.



Na história da Revolução jamais se torturou um prisioneiro. Não houve um só desaparecido Não houve uma só execução extrajudicial. Fundámos uma democracia própria, imperfeita, sim, mas muito mais participativa e legítima que a que nos pretendem impor. Não têm moral os que orquestraram esta campanha para nos darem lições de direitos humanos.



É imprescindível deter esta nova agressão contra um país bloqueado e acossado sem piedade.

Apelamos por isso à consciência de todos os intelectuais e artistas para que não acolham interesses espúrios à volta do futuro de uma Revolução que foi, é e será um modelo de humanismo e solidariedade.



aa)Secretariado da União Nacional de Escritores e Artistas Cubanos (UNEAC)



Direcção Nacional da Associação Hermanos Saíz (Associação de Jovens Artistas Cubanos)

Tradução de José Paulo Gascão

1 comentário:

Fernando Samuel disse...

VIVA A REVOLUÇÃO CUBANA!

Um abraço.

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