quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011



A lavandaria do BE

Para o que importa – prosseguir a luta para travar e derrotar a política de direita em agravamento –, o oportunismo e o anticomunismo da direcção do BE são pouco mais do que descartáveis.

Mas desta vez o mau perder de Louçã e seus pares resultou numa operação de branqueamento, com vista à recuperação do BE como falsa alternativa e tábua de salvação do PS e da respectiva política (de direita).

A lavandaria está muito activa, com os escribas desta «coligação tetrapartidária» (BE/PS/PSD/CDS) nos média dominantes a ocultar, minorar, ou transferir para o PCP as responsabilidades do BE nos resultados de 23 de Janeiro. A orientação da mistificação está nas mãos de Louçã e pouco mais, porque hoje registam-se no BE novas dificuldades e algumas hesitações.

Diz Louçã que o que releva na campanha de Alegre é a «luta contra o FMI e a defesa dos serviços públicos», bem como a «garantia» de vetar a desqualificação das leis laborais. E nós que concluímos que Alegre considerou o OE 2011 do paradigma do FMI, do roubo aos trabalhadores e do ataque brutal aos seus direitos e aos serviços públicos, um «mal menor»(!), o que o levou até a enaltecer a «coragem»(!) de Sócrates.

Diz Louçã que a candidatura do PCP registou a «maior perda em proporção» relativamente a 2005, mas, apesar da abstenção, facto é que obtivemos 7,14% e 300 mil votos, um contributo efectivo para superar Cavaco e a «estabilidade» do Governo PS e dos grandes senhores do dinheiro.

E concluímos que Louçã e o BE perderam todos os 288 mil votos de 2005, concluímos que o BE «teve falta de comparência» nas presidenciais em que esteve aliado com este Governo, campeão da política de direita, e contribuiu para que os eleitores do BE e do PS disparassem «em todas as direcções» (citando M. Portas), facilitando assim a vitória a Cavaco.

E concluímos que o BE alienou o combate contra Cavaco e a política de direita por «pura demagogia eleitoralista» (assim se repudia o insulto de Fazenda) e pela gula do «entrismo» no PS, visando cumprir o seu destino oportunista e social democrata.

A derrota foi dura para o BE. O oportunismo e o anti-comunismo são apenas recorrentes.
  • Carlos Gonçalves

1 comentário:

Fernando Samuel disse...

E o BE, que há cinco anos, quando o Alegre concorreu «contra» o PS, não o apoiou, apoiou-o agora, quando ele concorreu com o PS e o Governo...

Um abraço.

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