quarta-feira, 30 de setembro de 2009

sábado, 26 de setembro de 2009


O que conta



Muitas são as razões para que os activistas da CDU se sintam satisfeitos: eles foram os construtores de uma intensa, ampla e esclarecedora campanha, que fica marcada, ainda, pela realização das mais participadas de todas as iniciativas eleitorais.Têm razão também, esses activistas, para se sentirem cansados, dado o enorme esforço que desenvolveram – um esforço sempre superior ao dos activistas (chamemos-lhes assim…) das restantes forças políticas. Por muitas e conhecidas razões.

É sabido que um voto na CDU dá sempre mais trabalho a conquistar do que um voto de qualquer das outras forças concorrentes, já que estas, todas, contam com o apoio da comunicação social dominante, que funciona como seu activo instrumento da propaganda.

A explicação para esse apoio é simples: sendo os média dominantes propriedade do grande capital e sendo o grande capital o principal interessado na política de direita, esses média, agindo, naturalmente, de acordo com os interesses dos seus patrões, propagandeiam tudo o que, directa ou indirectamente, favorece essa política e silenciam, deturpam ou manipulam a actividade dos que, de facto, combatem a política de direita – no caso, as forças que integram a CDU. E é assim não apenas no decorrer das campanhas eleitorais, mas durante todo o ano. E todos os anos…

Deste modo, a batalha pela conquista de cada voto novo na CDU comporta exigências que passam por afastar dos eleitores a imagem negativa que os média difundiram, vencer preconceitos – tarefa complexa, como se sabe – e pela apresentação da imagem real da CDU, com as suas propostas e os seus objectivos.

Apesar de tudo isso, para domingo os activistas da CDU estão confiantes num bom resultado, no aumento do número de votos e de deputados, em relação às anteriores eleições legislativas. E se assim for – como é quase certo que será – então o essencial desta batalha estará ganho.

Porque para uma Coligação como a CDU – que integra, com papel determinante, um partido com as características do Partido Comunista Português – o que conta acima de tudo é a evolução do número de votos obtido.

Porque é essa evolução que marca, com rigor, a evolução real da sua influência.

  • José Casanova

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Promessas e enganos eleitorais:

O PS e o Bloco de Esquerda



“Atordoados [com os resultados das eleições europeias], PS e Sócrates emendam a linguagem, regressam às promessas, e recuperam dois estribilhos de uma velha chantagem eleitoral sobre o eleitorado de esquerda: «Votar PS é barrar o caminho à direita» e «cada vez que o PS enfraquece é a direita que ganha». Floresta de enganos, o BE recorre a um radicalismo verbal para camuflar o papel aceite de tampão ao crescimento do PCP e a tentação de, num futuro ansiado, suceder ao PS. Até já lhe copia os truques: nas eleições legislativas Louçã também é candidato a 1º Ministro”.

A derrocada do PS nas eleições europeias de 7 de Junho, em que o PS perdeu 566 mil votos, tornou claro que o tempo de Sócrates caminhava para o fim.

Sem inquietações ideológicas nem apego à matriz social da social-democracia do início do século passado, então pressionada pelos êxitos da URSS e um poderoso movimento operário e sindical, José Sócrates acelerou a caminhada do PS para a direita, rendeu-se clara e indisfarçavelmente aos interesses dos grupos monopolistas portugueses e do imperialismo.

A rendição foi tão completa que Manuela Ferreira Leite, após ser eleita no Congresso de Maio de 2008, não foi capaz de apresentar propostas alternativas às do governo PS. O facto foi então destacado pelos media presentes no conclave: «resistiu à tentação» e disse que «iria tomar em conta as preocupações que ouviu». Por isso esteve «calada» até ao início da campanha eleitoral para as europeias. Tinha quem lhe fizesse o trabalho sem pagamento dos custos.

Apoiado numa poderosa máquina publicitária, não houve sector social que não tivesse sentido a sua sanha desmanteladora e privatizadora nem classe profissional que Sócrates não tivesse atacado com arrogância e autoritarismo.

A estabilidade governativa proporcionada pela tão elogiada maioria absoluta deu azo à maior crise de instabilidade social em Portugal dos últimos 35 anos, a que a classe trabalhadora respondeu com algumas das maiores jornadas de luta depois do 25 de Abril, com destaque para as duas grandiosas manifestações de professores em Lisboa, em que participou a quase totalidade da classe.

Fechado na sua torre de marfim e ocupado na gestão dos conflitos de interesse entre grupos monopolistas (caso da OPA da Sonae sobre a PT, que desde o início da privatização ficou destinada ao grupo BES, por «acordo de cavalheiros» de políticos e monopolistas…), confundindo a corte que o rodeia com o país e enganado por sondagens amigas, Sócrates e o PS nem deram conta da mais que previsível fuga de parte do seu eleitorado de esquerda.

A traição social do PS
Os resultados das eleições para o PE comprovaram uma acentuada perda da base social de apoio do PS mas, ao contrário do que sucedera anteriormente, a fuga não foi para os partidos da direita tradicional.

Atordoados, PS e Sócrates emendam a linguagem, regressam às promessas, e recuperam dois estribilhos de uma velha chantagem eleitoral sobre o eleitorado de esquerda: «Votar PS é barrar o caminho à direita» e «cada vez que o PS enfraquece é a direita que ganha».

Como se, mesmo antes do consulado de José Sócrates, não tivesse sido o PS com Mário Soares quem renegou expressamente o socialismo, promoveu a divisão do movimento operário e sindical, iniciou a destruição da reforma agrária e a recuperação capitalista e apadrinhou o regresso dos grupos monopolistas, sustentáculo da ditadura fascista; como se não tivesse sido Mário Soares quem conspirou com o General Spínola e Frank Carlucci contra o Portugal de Abril.

Pela opção de classe na acção governativa, pela acção destruidora dos direitos conquistados, alguns antes do 25 de Abril, pela sua completa submissão ao imperialismo, o PS é hoje um partido de direita, cuja política e interesses, na sua essência, não se distinguem dos do PSD.


Diferentemente do que o PS pretende fazer crer, a derrota nas últimas eleições europeias não enfraqueceu a esquerda, mas pôs em causa a política de direita daquele partido.

Um Bloco de enganos

Fundado quando Guterres iniciava a aproximação ao neoliberalismo, sem ideologia definida, o Bloco de Esquerda (BE) é uma confluência de interesses e ambições políticas não satisfeitas, formado por ex-trotskistas do PSR, ex-maoistas da UDP e reformistas desiludidos pela não adesão do PCP ao reformismo eurocomunista agrupados na Política XXI. Posteriormente aderiram alguns grupos sem expressão política e desempregados políticos do anticomunismo militante.

A simpatia com que é olhado pela grande burguesia, proporciona-lhe uma indisfarçável promoção nos media, o que disfarça a ausência de uma base social de apoio. Simpatia e promoção justificáveis, se tivermos em conta a opinião de António Chora, Membro da Mesa Nacional do Bloco de Esquerda e presidente da CT da Auto-Europa, uns meses antes de discursar numa homenagem de amigos ao ex-ministro PS Manuel Pinho: «O mundo mudou, as indústrias mudaram e os sindicatos têm de mudar». (…) «Hoje, vemos que apesar de passarem mais de 4 meses sobre o começo da crise, os sindicalistas [portugueses] continuam a escudar-se na salvaguarda de postos de trabalho (lindas palavras), sem contribuírem com soluções…» (sic).

Em 1975, na tentativa de «partir a espinha à Intersindical», o PS não foi tão esclarecedor…

O princípio que o «movimento é tudo» na luta do BE contra o movimento organizado dos trabalhadores, se fosse seguido, conduziria a classe trabalhadora a uma menor resistência ao poder avassalador dos grupos monopolistas portugueses e do imperialismo.

Floresta de enganos, o BE recorre a um radicalismo verbal para camuflar o papel aceite de tampão ao crescimento do PCP e a tentação de, num futuro ansiado, suceder ao PS. Até já lhe copia os truques: nas eleições legislativas Louçã também é candidato a 1º Ministro.

O seu radicalismo verbal recorda-me o discurso de Mário Soares no 1º Maio de 1974.

***
As próximas eleições legislativas não vão decidir a questão do poder político em Portugal: vença o PS ou o PSD, ele continuará nas mãos da burguesia monopolista associada ao imperialismo.

A única certeza é o desaparecimento da maioria absoluta que, depois de tão elogiada, hoje toda a gente proscreve.

Mas será diferente se houver na Assembleia da República uma forte presença de uma força política contrária aos representantes da grande burguesia que, sustentada por uma sólida base social de apoio e mobilizando as massas para a luta, utilize as instituições do regime como tribuna de combate para a superação do sistema – o PCP.
José Paulo Gascão

terça-feira, 15 de setembro de 2009

NÃO FALTES!




LEVA UM AMIGO TAMBÉM!





Benefícios fiscais em Portugal – Quem é mais beneficiado?



Eugénio Rosa*

As deduções fiscais favorecem principalmente o grande capital, e não as classes trabalhadoras que fazem para a saúde a educação ou despesas com compra e manutenção de casa própria.Do total de 13.739,1 milhões de euros de receitas perdidas pelo Estado durante o governo PS de José Sócrates, “71,8%, ou seja, 9.861,6 milhões de euros, teve como origem benefícios concedidos a nível do IRC, isto é, às empresas, e apenas 16,8% teve como o origem o IRS, portanto benefícios fiscais concedidos às pessoas. Em média neste período, 84,5% da receita fiscal perdida a nível do IRC tem como origem benefícios concedidos a empresas localizadas no «paraíso fiscal» da Madeira.

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terça-feira, 8 de setembro de 2009

VIVA A FESTA DO AVANTE


NÃO HÁ FESTA COMO ESTA!


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