segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Governo Substima real situação da Economia

O Secretário- Geral do PCP, considera inaceitável a reacção do Governo aos números do desemprego, revelados pelo Instituto Nacional de Estatística. Jerónimo de Sousa acusou o Executivo de ter reagido “com auto-satisfação” e de “subestimar a gravidade da situação nacional”.

“O Governo quer continuar a enganar os trabalhadores portugueses, porque a sua primeira reacção foi uma auto-satisfação em relação a uma pequena descida do desemprego. Não há nenhuma razão para satisfação, antes pelo contrário”, disse o líder do PCP, que participou em Faro, num encontro da União de Sindicatos do Algarve.




O Instituto Nacional de Estatística tornou público, ontem, que a taxa de desemprego entre os meses de Abril e Junho deste ano caiu 0,6 por cento em relação a igual período em 2007. A taxa de desemprego é agora de 7,3 por cento. Jerónimo de Sousa lembrou os “milhares de trabalhadores que já desistiram de procurar trabalho e não são incluídos na estatística e muitos que recorrem à emigração”.




O secretário-geral do PCP apontou ainda a perda do poder de compra dos portugueses porque “os salários valem menos, o nosso aparelho produtivo está numa situação dramática e temos um país mais dependente e mais endividado”. Por isso, Jerónimo de Sousa sustenta que “o Governo está a subestimar a gravidade da situação social, que não é indissociável da situação económica que vivemos. O Governo, enfim, também reage aqui com uma auto-satisfação inaceitável”.




Líder do PCP aponta pico de sazonalidade laboral no Verão




O secretário-geral do PCP lembra que na altura do Verão é frequente registar-se uma pequena diminuição do desemprego devido ao trabalho sazonal. Classificou a região do Algarve de “campeã” da precariedade e com salários abaixo da média nacional, sob o manto da aparência de uma vida com qualidade. “O Algarve tem 80 mil pobres, 50 por cento dos trabalhadores têm vínculo precário, com salários abaixo da média nacional e há uma grande inquietação relativamente à liquidação de sectores produtivos”, referiu Jerónimo de Sousa.




A “monocultura do turismo” no Algarve induz a sazonalidade, defende Jerónimo de Sousa, que lembra que muitas pessoas “não vivem apenas dos rendimentos do seu trabalho, vivem de prémios e trabalho extraordinário, que aliás resultam da precariedade”. A aplicação do Código do Trabalho neste âmbito “teria consequências tremendas no plano dos direitos e salários”, acrescenta o secretário-geral do PCP, para quem esta diligência teria efeitos nefastos no rendimento das famílias.

Sem comentários:

  • JCP
  • pcp
  • USA
  • USA